quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Aonde achei a Umbanda

Começo o blog com coisas que aconteceram logo que me mudei para o Japão.Ainda lembro que o que mais me doía na hora de vir,era o sentimento de ficar longe da corrente do Terreiro.Parece meio egoísta, pois, teria que pensar nos 6 [7 com o peixinho] animais de estimação que deixei com minha mãe, inclusive minha própria mãe e todas as pessoas que amo em minha vida.Entrei em frenesi.Queria ir todos os dias no terreiro,mesmo quando não era a gira que participava, se pudesse levava todos comigo e juntos poderíamos saravar esse lugar tão desamparado.Não trouxe a corrente, mas trouxe o povo da aruanda comigo.Aonde moro não há nenhum terreiro.
lembro muito bem antes de vir, fiz consulta com seu Junco Verde e ele como todas as outras entidades que consultei [o que ressalto que não foram poucas]disseram para mim procurar um templo busdista.Na hora confesso que achei estranho.Não fazia sentido nenhum eu frequentar um templo budista.Seu Junco Verde havia dito que quando eu estivesse em um lugar bem alto era só chamar seu nome.Nada fazia sentido.
Pois bem,no dia em que cheguei foi o dia que mais havia nevado no ano e o avião levou horas para aterrisar.Quando cheguei me cobri até a cabeça e senti que com mais neve que tivesse, Curitiba ainda era mais fria.
Minhas primeiras semanas foram facéis, a adaptação foi fácil.Mas sentia aquela necessidade de ir em uma gira.Procurei na internet,consultei pessoas, assumi que era umbandista, enfim usei de todos os recursos para encontrar um terreiro.

Algumas semanas depois que a neve parou,eu e meu marido começamos a caminhar próximos de nossa casa, e encontrei um templo muito antigo, e estava em cima de um morro bem alto,com um enorme bambuzal de todos os lados e atrás um pequeno cemitério.Para mimnha decepção o templo só abria algumas vezes ao ano para os festivais.
Eu curiosa, subi no templo e vi que havia várias janelinhas na porta principal.Usei a manga da blusa e tirei o pó.Para minha surpresa, no altar estava um imagem enorme dourada de Buda.Quase chorei e enfim entendi o que as entidades haviam me dito.Não era para me converter no budismo e sim procurar um local aonde eu pudesse ter uma conexão mais forte com minha mediunidade, e era perfeito, como se fosse o terreiro em outra dimensão.Buda virou Oxalá, no cemitério estava a falange dos Exus , em volta havia Yansã em seu majestoso bambuzal, em alguns metros havia um grande lago e um rio enorme que circundava toda a região que era morada de Oxum,em algumas parte do templo havia imagens de arqueiro estava Oxossí,o morro e suas pedras Xangô imponente, Ogum presente em cada guardião do templo e Yemanjá claro em volta de todo o país.
Nunca fiquei tão próxima de minha religião como agora.
E aprendi que a Umbanda esta dentro de nós e podemos enxergá-la de todos os angulos inimagináveis.
Saravá

2 comentários:

  1. Nossa Pinkys que lindo!!!!
    Até me emocionei aqui! =)
    A Umbanda é isso mesmo... Está dentro de nós, fora, em todo lugar... Basta querer enxergar e sentir.

    Bacana o Blog!

    Muito Axé!!!!

    ResponderExcluir
  2. Oi Pinky, que depoimento lindo, cheguei a me arrepiar.
    Sou filha da Alice, do TPMFloripa, li seu post ao pai leo, e curiosa que sou, resolvi entrar e não me arrependo rsrs
    Boa sorte na sua jornada, na busca pela a umbanda nas terras orientais... e por falar em orientais, lembre que também temos uma linda de Orientais :)
    Axé, paz, amor e força!
    Carol

    ResponderExcluir